A sala temática de Gestão de Infraestrutura e Logística Hospitalar terminou o dia com a apresentação de cases do 6º prêmio da categoria de mesmo nome. Os cases foram apresentados por seus realizadores, trazendo a inovação de diversos hospitais filantrópicos do Paraná para que os presentes no evento pudessem ganhar esse conhecimento.
Saiba mais sobre a trajetória de cada indicado ao prêmio (por ordem de apresentação):
Centro Hospitalar São Camilo
O primeiro case do dia foi apresentado por Célio Ribeiro da Silva, coordenador de TI do Centro Hospitalar São Camilo, de Ponta Grossa. Ele apresentou a Cyberprobe, um método de exploração técnica da resiliência da rede do hospital. Silva mostrou como vulnerabilidades na segurança eletrônica de um hospital podem comprometer os dados de pacientes e informações sigilosas do hospital.
Seu trabalho de exploração consiste em testes de vulnerabilidade na rede wifi com um microcontrolador capaz de invadir o sistema da rede, copiar nomes de rede para enganar os usuários e mais.
Também foram testadas as entradas USB dos computadores da instituição, já que scripts escondidos em pendrives são um método comum e fácil de fazer o roubo de dados de empresas, muitas vezes sem que o usuário do computador sequer perceba o que está acontecendo.
Com o conhecimento das vulnerabilidades, atitudes puderam ser tomadas para reduzir os riscos de segurança eletrônica na empresa.
Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo
O segundo case do dia foi apresentado por Ilvani Kalatay, do Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo. Ela trouxe o relato de implantação de impressão 3D para confecção de órteses dentro do próprio Complexo.
O Laboratório de Impressão 3D foi implantado em 2022, e colaboradores foram treinados para o uso dos equipamentos. Desde então, todas as órteses do Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo são impressas lá.
As órteses têm o objetivo de prevenir e corrigir deformidades e encurtamentos musculares, reduzir e inibir padrões de tônus muscular, aumentar a funcionalidade nas atividades dos pacientes, melhorar a mobilidade e rotina diária, entre outras funções. Com a produção das órteses no próprio Complexo, ganhou-se muita eficiência em seu uso.
De acordo com Ilvany, os modelos convencionais, produzidos em polipropileno ou termoplástico, traziam algumas dificuldades, como a demora de entrega, que podia levar até seis meses, e os desafios da remodelagem. As confeccionadas no Laboratório próprio são feitas em plástico biodegradável, e todo o processo de criação dura de um a dois dias, além de poderem ser remodeladas até quatro vezes, de acordo com as necessidades do paciente. Além disso, as possibilidades de utilização do equipamento de impressão 3D para a saúde vão muito além do que já está sendo feito.
Hospital Maternidade Alto Maracanã
O terceiro case foi apresentado por Arlete Maria Bino do Vale, do Hospital Maternidade Alto Maracanã. O projeto Vida Verde envolve a criação de hortas no próprio hospital para a alimentação sustentável dos pacientes e funcionários.
No decorrer de menos de 12 meses, o hospital instalou três hortas, que cobrem uma área total de 84 metros quadrados, além de uma parreira, árvores frutíferas, chás e mel. Todo o material plantado é orgânico e consumido fresco pelas pessoas que frequentam o hospital.
Além de melhorar a qualidade de alimentação dos pacientes e funcionários, a horta também engaja os funcionários, com ensinamentos sobre sustentabilidade e incentivando a participação ativa no projeto, o que trouxe melhoras notáveis no humor e na dedicação daqueles que fazem parte dele.
Só em fevereiro de 2024, já houve uma economia de mais de R$3.500,00 no hospital, com a colheita de mais de 350 quilos de alimento, que não precisou ser comprado por haver produção própria.
Hospital Evangélico de Londrina
O quarto case, apresentado por Vinícius Garcia, do Hospital Evangélico de Londrina, foi sobre a gestão eficaz da cadeia de suprimentos como estratégia de sustentabilidade econômica.
O projeto teve como objetivos a redução significativa do excesso de estoque, aumento da eficiência operacional e otimização de contratos, além de desenvolvimento e implementação de métricas de avaliação.
A partir da revisão de leads de fornecedores, assim como de contratos, acompanhamento preventivo e corretivo dos processos de compras, realização de inventários rotativos e reuniões diárias com as áreas do hospital para acompanhar os dados de consumo de estoque, o projeto excedeu as expectativas, reduzindo o valor do estoque de R$6.44 milhões para R$4.75 milhões, valor significativamente menor de recursos parados.
Hospital Ministro Costa Cavalcanti
Thiago de Lima Barbosa, do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, apresentou o quinto case do dia. O projeto chama-se Sistema “IOT para monitoramento de temperatura e umidade de refrigeradores e ambientes em hospital do oeste do Paraná” e desenvolveu uma solução inovadora para o controle da temperatura dentro de equipamentos que guardam materiais sensíveis, como amostras e medicamentos.
Tendo como objetivo a automatização do monitoramento de refrigeração, o equipamento de monitoramento foi desenvolvido e produzido no próprio hospital com um custo inferior a R$200,00 por unidade. Ele é capaz de fazer leitura e coleta de dados dos refrigeradores de maneira mais precisa do que a coleta manual, além de fazê-la de forma contínua e com atualizações em tempo real, o que permite reações mais rápidas em casos de problemas, além de possibilitar perceber questões práticas a serem melhoradas.
Foi o caso quando perceberam, graças ao equipamento, que havia picos de temperatura durante o reabastecimento dos refrigeradores, que, por vezes, ficavam abertos por muito tempo durante o processo. Com essa percepção, esses picos puderam ser minimizados com o controle e atenção da equipe enquanto o abastecimento acontece.
Hospital Nossa Senhora das Graças
O sexto e último case do dia foi apresentado por Graziela Guidolin, do Hospital Nossa Senhora das Graças, e foi voltado para estratégias de redução de perdas de estoque e otimização de recursos.
Por meio de análise de produtos padronizados e monitoramento de itens críticos e sazonais, acompanhamento de itens obsoletos e adequação de protocolos institucionais, o objetivo de estabelecer estratégias para redução de estoque foi alcançado, com redução significativa desse tempo.
Além disso, uma grande economia foi feita com a realização da estratégia de permutas com outros hospitais, a fim de evitar o vencimento de materiais e medicamentos. Um total de 3.481 itens, no valor de R$ 660.478,45, foram permutados, evitando a perda, assim como a aquisição de 939 itens em falta, no valor de R$ 17.144,48, mostrando que a estratégia aumenta a eficiência do estoque e reduz, e muito, a perda de materiais.
Texto: Assessoria de imprensa Femipa – Breno H. M. Soares
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